Como a Behaviour Brasil Combateu uma Fraude Corporativa via WhatsApp
O avanço da tecnologia trouxe inúmeros benefícios para o ambiente corporativo, porém também criou novas oportunidades para fraudadores. Atualmente, destaca-se o golpe via WhatsApp direcionado a empresas, onde criminosos fingem ser executivos ou gestores para obter transferências financeiras urgentes. Este artigo analisa um caso recente que afetou a Behaviour Brasil em maio de 2025 e como a empresa combateu essa ameaça eficazmente.
A Estratégia do(a) Golpista
Em 16 de maio de 2025, um fraudador tentou aplicar um golpe sofisticado na Behaviour Brasil. Utilizando o número +55 11 99001-1615, o criminoso iniciou uma conversa se apresentando como um alto executivo da companhia e solicitou o contato do setor financeiro. Quando questionado, identificou-se falsamente como “Fabio Roberto Anjos Da Silva”, um dos diretores da empresa.
Táticas Utilizadas pelo Fraudador
O golpista seguiu uma abordagem bem estruturada:
- Estabelecimento de confiança: Utilizou o nome real de um executivo da Behaviour Brasil
- Criação de urgência: Alegou necessitar de “pagamentos a serem feitos hoje” que supostamente não constavam na programação
- Fornecimento de dados bancários: Apresentou informações completas para transferência via PicPay
- Justificativa para irregularidades: Explicou a ausência de nota fiscal como algo a ser regularizado posteriormente
- Pressão por confirmação: Exigiu o comprovante imediatamente após a transferência
O valor solicitado de R$ 17.283,00, embora significativo, não parecia exagerado para uma empresa do porte da Behaviour Brasil, portanto, não despertaria suspeitas imediatas.
Como a Behaviour Brasil Identificou e Reagiu à Fraude
Graças à vigilância de sua equipe financeira, a Behaviour Brasil identificou a fraude antes de realizar qualquer transferência. Logo após confirmar a tentativa de golpe, a empresa implementou um protocolo de resposta abrangente.
Ações Imediatas Tomadas pela Empresa
A Behaviour Brasil agiu rapidamente com as seguintes medidas:
Documentação formal do incidente: A empresa registrou o incidente em seu sistema interno de gestão de segurança da informação (RISI), classificando-o como tentativa de fraude e documentando todos os detalhes relevantes.
Denúncia às autoridades: A equipe formalizou a denúncia junto às autoridades policiais, fornecendo todas as evidências da tentativa de fraude, incluindo o histórico completo das conversas.
Contato com o PicPay: A Behaviour Brasil notificou o PicPay sobre a conta fraudulenta (Nome: Vitória Santos do Nascimento, Agência: 0001, Conta: 121032556-0, PIX CNPJ: 59.969.137/0001-00) e solicitou o bloqueio preventivo.
Denúncia ao WhatsApp: A empresa reportou o número do golpista à plataforma, seguindo os procedimentos oficiais de denúncia.
Alerta interno: Além disso, a equipe emitiu um comunicado a todos os colaboradores sobre a tentativa de fraude e reforçou os protocolos de segurança.
Aprimoramento de processos: Por fim, a empresa aproveitou o incidente para revisar e fortalecer seus procedimentos internos de aprovação de pagamentos.
Aprendizados e Melhorias Implementadas
Após o incidente, a Behaviour Brasil aprimorou significativamente seus processos de segurança.
Novos Protocolos de Segurança
A empresa implementou diversas medidas preventivas, tais como:
- Verificação por múltiplos canais: Agora, qualquer solicitação de pagamento não programado exige confirmação por pelo menos dois canais de comunicação diferentes
- Sistema de códigos internos: A empresa criou códigos de autenticação que devem ser mencionados em solicitações financeiras
- Limites para aprovações digitais: Estabeleceu um valor máximo para pagamentos que podem ser solicitados via aplicativos de mensagens
Programa de Treinamento Especializado
Adicionalmente, a Behaviour Brasil desenvolveu um programa de treinamento focado em segurança digital, enfatizando:
- Identificação de tentativas de engenharia social
- Procedimentos rigorosos de verificação para solicitações financeiras
- Simulações periódicas de tentativas de golpe
Por Que a Estratégia da Behaviour Brasil Funcionou
A rápida identificação e resposta da empresa ao golpe demonstra a importância de vários fatores críticos:
Primeiramente, a cultura de segurança permitiu que funcionários questionassem solicitações atípicas, mesmo quando aparentemente vinham de um superior. Em segundo lugar, a existência de processos claros para aprovação de pagamentos facilitou a identificação de anomalias. Além disso, a documentação estruturada através do RISI possibilitou registrar adequadamente o incidente para análise posterior. Finalmente, a rapidez na denúncia às autoridades e plataformas envolvidas impediu que os fraudadores tivessem sucesso.
Recomendações para Outras Organizações
Com base em sua experiência, a Behaviour Brasil compartilha as seguintes recomendações:
- Implemente um sistema formal de RISI para documentar e analisar todos os incidentes
- Estabeleça protocolos claros para solicitações financeiras, especialmente as não programadas
- Invista constantemente em treinamento sobre segurança digital para todos os colaboradores
- Mantenha canais oficiais para comunicações financeiras, evitando o uso de aplicativos pessoais
- Desenvolva um plano de resposta a incidentes que inclua contatos das autoridades relevantes
- Compartilhe experiências com outras empresas do setor para fortalecer a segurança coletiva
Conclusão
O caso da Behaviour Brasil ilustra como empresas bem preparadas podem identificar e neutralizar tentativas de fraude antes que causem prejuízos financeiros. A combinação de funcionários alertas, processos bem definidos, documentação adequada e ação rápida foi fundamental para o resultado positivo.
Consequentemente, a empresa transformou uma potencial perda financeira em uma oportunidade para fortalecer sua segurança e compartilhar conhecimento com o mercado. Em um cenário onde golpes corporativos via WhatsApp se tornam cada vez mais sofisticados, a experiência da Behaviour Brasil serve como um valioso estudo de caso sobre prevenção e resposta eficaz.
Por fim, ao implementar medidas semelhantes e manter-se vigilante, outras organizações podem se proteger contra este tipo de ameaça crescente no ambiente empresarial brasileiro.
Autora: Luciane Oliveira – Diretora da Behaviour Brasil